por nosso senhor - as ovelhas voltadas de pernas ao ar
Hardcore às garfadas
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Dia da Criança
Ora, ora, cá tamos no dia da Criança.
nada melhor que isto para dizer o que é ser criança,
"Com a força do seu olhar intelectual e da sua penetração espiritual cresce a distância e, de certo modo, o espaço que circunda o homem: o seu mundo torna-se mais profundo, avistam-se continuamente estrelas novas, imagens novas e novos enigmas. Talvez tudo aquilo em que o olhar do espírito exercitou a sua sagacidade e profundeza tenha sido apenas um pretexto para este exercício, um jogo e uma criancice e infantilidade. E talvez um dia os conceitos mais solenes, os que provocaram maiores lutas e maiores sofrimentos, os conceitos de «Deus» e do «pecado», não signifiquem, para nós, mais do que um brinquedo e um desporto de criança significam para um velho, - e talvez o «velho homem» tenha, então, necessidade de um outro brinquedo ainda e de um outro desgosto, - por continuar a ser muito criança, eterna criança!"
Friedrich Nietzsche, in "Para Além de Bem e Mal"
quero suscitar dúvidas e perguntas, introspectivas, de quem tá desse lado, pensem na educação (castradora e ditadora) actual, no meio ambiente, na vossa vizinhança, quando pensarem em crianças pensem como elas crescem.
grande abraço
domingo, 26 de abril de 2009
Liberdade
Ontem foi o dia da “liberdade”, o fabuloso 25 de Abril.
Espero que cada um tenho celebrado o dia, eu fui trabalhar, ressacado, e com uma dor de cabeça daquelas.
Mas enquanto tava quente, algures entre a praça da república e as escadas monumentais exclamei umas coisas a um camarada meu.
"Rica liberdade vivemos, somos seres libertos de uma doutrina publicitária dedicada ao petróleo, temos ideais libertinos e espontâneos mas controlados por entidades empregadoras. Somos livres de fazer a barba para irmos trabalhar, senão barram-nos a entrada. Somos livres de comprar artigos especulativos, criados sobre químicas e plásticos queimados, livres de os pagar com o dinheiro ganho de 8 horas labutadas ou chuladas aos nossos ancestrais.
A liberdade de uma democracia representativa, onde todos não intervêm a não ser no papel com cruzes, e nem ai gostam de intervir."
Viva o 25 de Abril, Viva a Liberdade
sábado, 7 de março de 2009
Gerador de vida
Ontem, no meu trabalho, uma risonha idosa disse-me que hoje é dia da mulher e para dar um beijo ou um abraço às mulheres. Esse dizer colocou-me numa indagação profunda, nunca me tinha apercebido que este dia existia, nunca no sentido que agora penso, já o tinha reflectido mas nunca o tinha cozido.
Logo me lembrei da estatuária primitiva e do culto ao ventre. É absurdamente perfeito que agora a humanidade contemporânea tanto se dedica à abstinência em idades férteis e quando chega a altura do fecho dos óvulos se lembram que é a altura indicada para a criação.
Este destino, este caminho, este resultado é algo divinal. Por que temos nós a ideia que somos libertos até dada altura quando a nossa fisiologia natural nos indica o contrário.
É só um pensamento, uma questão, mas sim festejo este dia, celebro por tão voluptuosos e atraentes corpos tendes, celebro por serem tão seres fecundos, fortes e audaciosos,
Obrigado, mulher
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Insónias - O prazer do desabar
cair e descobrir que a direcção dada a objectivos tidos como ideais e contemplativos não passam de ilusões, nefastos sonhos, de um tolo que não discerne o real do utópico
só a sombra e podridão preenche agora essa cratera
não existem caminhos a trilhar, nem prémios a vencer
tudo é oco, tudo é em vão
tudo o que era trama que unia as fibras do ser, deixou de ter fundações e cairam no vazio absoluto
o findar do facho que alumia
vou dormir, chega de depressões por este turno
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Morte
Estou a morrer ao mesmo tempo que nasço.
Sinto-me a respirar de novo. Nada me pára o bater.
O que ai virá depois do frio aconchegante da queda??
Não sei nem quero saber.
Algo mudará, ainda penso que sim.
Veremos, o Sol nasce todos os dias e a Lua deita-o nessas mesmas.
Eu verei-os ou não, mas eles por agora continuam.
AMO-TE
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Demência
Não programes nada, porque nada é programável.
Mata esses vícios, tu respiras sozinho, não precisas de mais ninguém.
Caga na tua descendência, caga na tua vida, vive sobre a merda, porque merda já o és. RESPIRA-A, COME-A.
O fim está próximo.
Aperta os colhões até chorares, não necessitas deles.
Eles não te dominam, ninguém te ordena, só tu dominas, neste pequeno monte fecal.
Vou tirar o relógio e guardá-lo, não o quero sujar.
Não tarda corto o cabelo pela sua raiz, os pulsos.
Farto deste condutor ando eu.
Preciso de um novo. UM AUTÓMATO.
E depois ver como floriam as urzes na manhã com geada do dia seguinte."